sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Tomo sorvete no frio,
Prefiro o lugar mais vazio,
Odeio sol, gosto de chuva,
Não calço meias, prefiro luva.

Tenho medo da lua,
Prefiro estar na sua,
Sorrio pras pessoas na rua.

Esqueço o que todos lembram,
Lembro do que se esquece
E se nada disso for comum,
Podem chamar-me de louca,
Pois, durmo quando amanhece
E abro embalagens com a boca.

A música que toca nas rádios
A mim não agrada,
Se o assunto for comida,
Mesmo antes de provar,
Nunca gosto de nada.

Roupas? Prefiro as baratas,
Tenho letra complicada,
Conversas? Prefiro as chatas.
Frutas? Gosto das amargas,
Nunca comi bananas.
Pessoas? Afeiçôo-me às insanas.

Querem saber algo mais?
Enquanto a massa assiste à novela,
Eu prefiro os comerciais.

Se da piada ninguém ri,
Eu a acho engraçada.
Se aplaudem a dinâmica,
Eu prefiro estar parada,
E se levam a vida a sério,
Eu, que a sinto cômica,
Dou risada!"

Leandra Vianna

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Vontades...

Eu quero outra vez
O calor gostoso
Dos seus abraços
Te quero entre minhas pernas
E me emaranhar em seus laços.

Quero experimentar sensações
Despertar sentimentos
E descobrir emoções.

Quero te ter
Quero rir
Quero gemer de prazer
Me entorpecer de você
E só o amor viver.

Leandra Vianna

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Carta a Flávio (jamais enviada)

Queria provocar-te

Incontrolável vontade de ter-me.

Poder despertar-te

Da saliva dos beijos meus

Insaciável sede.

Desejava causar-te

Desesperada vontade de ver-me.

Sobre o meu colo acalmar-te

E deixar o meu corpo guiar-te

Rumo ao prazer incomum

De juntos, sermos um.

Leandra Vianna

sábado, 20 de agosto de 2011

Lápide

Viveu e amou
Com a pureza d’alma
Sentiu saudade
Até perder a calma.

Em falsos abraços,
Buscou o prazer
Quando a solidão
Fez sofrer.

Seus calorosos beijos
Provocaram desejos
E excitações,
Nunca amores
Nem paixões.

Chorou de alegria iludida
E sorriu, da dor ferida
Por não ter amor,
Murchou em vida.

Seu coração,
Que já não pulsa,
Reflete ausências
E lágrimas expulsa.

Aqui jaz
Feliz, jamais.

domingo, 31 de maio de 2009

Dor de Desamor

Dor cruel, me fez coitado. Inexiste dor pior
Que a de amar sem ser amado.

Na solidão do desamor,
Em dias frios de rancor,
A luz do sol não tem calor
E em meu jardim nem nasce flor.

Meu coração já murchou
Em total desalinho,
Pois que tudo se acabou,
Triste é a dor
De estar sozinho.

Se penso em ti,
Dá arrepio!
Já não posso olhar o mar,
Nem na Urca o Bondinho.

Passo as noites a chorar,
Não mais canta o passarinho,
Mas não deixo de te amar,
Adormeço devagar,
E sinto em sonho o seu carinho.

Leandra Vianna

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Pretérito de Amor Imperfeito

Se o meu corpo sente ainda
A falta do calor do teu...
É que minha boca, insana,
Jamais te esqueceu.

Enquanto minha pele
Reclama um carinho seu,
Minh'alma, em silêncio,
Clama pra que sejas meu.

Aquele olhar que me engana
Desapareceu,
Quando o toque
Das suas mãos profanas
Meu corpo estremeceu.

A sede sêca de saudade
Morre na eterna esperança
Do beijo que não deu.

Vaga, em prantos, o meu coração
A procurar o seu
E a sofreguidão que o inflama
É problema meu...

O tempo tenta juntar os cacos
Do que em mim morreu.
A dor de amar
A quem não ama
Já me enlouqueceu.

Leandra Vianna

domingo, 5 de abril de 2009

Intensa


Se fui intensa demais para você,
Desculpe,
Era intensa antes mesmo de nascer.

Vim com muita intensidade ao mundo,
Intensa vivo,
Intensa sofro,
E intensa hei de morrer,
De amor profundo.

A intensidade do meu lamento
Se faz presente.
Penso em você,
A cada vão momento, profundamente.

Intensamente me doei,
Tão intensos foram os beijos...
Permiti ao meu corpo ser intenso
Com a febre do meu calor.
Intenso, como os desejos.

Hoje o pranto vem,
Com a mesma intensidade
Da dor dessa saudade!

Em mim o que restou?
Do seu corpo, o cheiro;
De te ter, a vontade.
Você se foi,
Tão ligeiro,
Por minha intensa vaidade...

Leandra Vianna

domingo, 29 de março de 2009

Tentativa de Um Soneto de Paixão


Paixão, sentimento que entorpece,

Tormento que “emburrece”

Vão momento que entristece

A quem dela se envaidece.

Apaixonar: verbo que se quer intransitivo.

Que assim impeça de nas curvas derrapar

E na longa estrada se perder,

Sem amor para guiar.

Paixão, disfarçado perigo,

Sonho emocional de desejo enlouquecido,

Expresso em sussurros ao pé do ouvido.

Existisse no mundo paixão inteligível,

Não seria fantasia entorpecente,

A febre doente far-se-ia tangível.

Leandra Vianna

quinta-feira, 19 de março de 2009

Indiferença Em Soneto


Estás indiferente ao saber
Que hoje habita os meus delírios.
Me machuquei
Nos espinhos dos seus lírios.

A indiferença é a mentira
Que corta os laços,
Que faz do querer doença
E desnorteia os passos.

O inconstante, impreciso, inseguro
Nunca desce do muro,
Enlouquece e desmerece o amor no escuro.

Aquele que se arrisca a sentir
Até se deixa enganar,
Mas não consegue mentir.

Leandra Vianna

segunda-feira, 16 de março de 2009

Soneto de Indecisão
(Sentimentalismo às favas com a métrica)


O que foi, sem ter sido
Inconstante é, vai sem volta,
Demora a passar,
Não se faz esquecido.

A indecisão é como o frio:
Arde sem aquecer
Num coração cansado
Da espera por um adeus vazio.

Fica o gosto ainda na boca,
A sensação do toque,
Uma saudade louca.

Enquanto a vida o seu caminho segue,
O tempo tenta e não apaga,
Ainda que a paixão se negue.

Leandra Vianna